Psicologia: Uma profissão indispensável à sociedade

 

Foto: Vitor Gnçalves

Bom dia, Psicologia.

Revendo o Censo da Psicologia Brasileira, do Conselho Federal de Psicologia 2022 - CFP, aumenta meu amor por essa profissão tão necessária - sempre e muito mais nesses dias tão caóticos e de ódios polarizados.
Vejo como aumentamos em número, nós que nos graduamos para atender aqueles que sofrem de modo agudo e emocionalmente problemas que ninguém vê a olho nu, que ninguém percebe ao cruzar com o outro na rua e que muitos negam ter.
Aprendo que somos mais de 8 mil profissionais no Espírito Santo, mas em 1987 éramos apenas 212.
Que hoje 79 por cento de nós, psicólogos somos mulheres.
Desproporcionalmente, apenas 6,8 por cento somos mulheres negras. 

Ilustração: Glamour

Pelo censo 2022 vejo que o acesso ao ensino superior pelas cotas raciais está mudando o perfil profissional mas muito lentamente. Apenas 0,3 por cento dos psicólogos são de origem indígena, por exemplo.
Soube que 72,9 por cento de nós conseguimos nosso sustento em instituições privadas praticando atividades apenas na nossa área de formação (86,9 por cento). O restante tem múltiplas atividades como lecionar ou dar consultoria e palestras.
As estatísticas revelam uma maioria  heterossexual (84,2 por cento), branca (74 por cento).
 
Ao pegarmos nosso diploma de bacharéis , permanecemos fiéis (a maioria segue em especializações na área e nunca pára de se atualizar). Os 57 por cento de nós recebemos até 4 salários mínimos por mês e estamos concentrados na Região Sudeste. São Paulo tem 121.483 psicólogos, em contraste por exemplo com a Paraíba, com 7.349 (perto do estado do ES, com 8.742).
Lendo o censo do CFP, confirmo nossa importância ao longo da história do Brasil, na ditadura militar, nas reformas educacionais, nas mudanças sócio-assistenciais das políticas públicas.
A Psicologia, na minha opinião, ainda serve à população mais rica, o que certamente é uma pena.
Carece de vagas em concursos na rede pública, para haver mais acesso à Psicologia na casa das pessoas ou nos postos de saúde, sendo que os concursos privilegiam a Psiquistria.
Um longo caminho para abrir o acesso a psicoterapia a todos - caminho que, acredito, virá mais rapidamente nos governos mais democráticos. Na pratica profissional,
57,6 por cento trabalhamos com aconselhamento, na maioria em consultórios (72 por cento) praticando a clínica.
Atuamos bastante nas áreas neuropsicológicas, do trabalho, jurídica, do trânsito, do esporte, da avaliação, da educação e na área social. 
Numa média de 40 por cento, quem faz a Psicologia ainda leciona na area, faz mediação de conflitos ou se dedica a pesquisa científica (22 por cento).
Isso é só um pouquinho do que revelou o nosso Censo 2022. 
Com a regulamentação em 1962, faremos em agosto mais de 60 anos de existência, no Brasil.
 Pode parecer muito, mas é uma profissão jovem e com amplos caminhos de expansão. 
Carece de mais oportunidades no mercado -  para o jovem graduado, que em média leva 2-3 anos para se estabelecer.
Também é uma profissão de muito voluntariado social. Ongs e projetos sociais mudam o elitismo da Psicologia.
Tenho orgulho. Muito. 




Fonte: Censo da Psicologia 2022 - Conselho Federal de Psicologia

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