A felicidade importa, sim


 Em seu livro "A Ciência de Ser Feliz", Susan Andrews, doutora em Psicologia Transpessoal diz que "Um estudo com mais de 1.700 pessoas feito pelo Instituto Para o Avanço da Saúde, nos Estados Unidos, concluiu que comportamentos e emoções altruístas produzem uma espécie de "helper`s high" (barato de quem ajuda) que alivia desordens relacionadas com o estresse, tais como enxaquecas, e até mesmo dores associadas a transtornos mais sérios, como lúpus e esclerose múltipla" (pág.68, 2011).

Imagine um mundo em que a sua felicidade própria é intrinsecamente ligada a tornar os outros mais felizes! Basicamente estaríamos ratificando ensinamentos como o de Jesus "ame o próximo como a ti mesmo" ou de místicos mais recentes, como Shantideva, mestre indiano do século VIII que disse que "aqueles que são infelizes no mundo assim o são porque desejam apenas a própria felicidade".

O mestre completa que para sermos felizes neste mundo, precisamos desejar e operar pela felicidade alheia. O contrário disso seria apenas girar a roda do próprio infortúnio. Você concorda? Bem, somos seres que se adaptam à realidade. Porque não experimentar essas fórmulas que se parecem com utopias dos hippies "paz e amor"? Pelo contrário, são normas práticas para uma vida de sorrisos.

Estamos começando o ano. Faça um teste. Experimente dar bom dia a todos que cruzarem seu caminho. Experimente ouvir a história repetitiva de um idoso. Experimente parar para olhar a vida com os olhos da criança que está no seu colo, onde tudo é colorido e sadio e onde a confiança no adulto é a base da sobrevivência.

A psicóloga Andrews, acima citada, escreve em seu livro sobre oito práticas vitais para sermos felizes. Entre elas está a expressão de competências-chave (ao todo 24) que são inerentes à condição humana. Não, não são sacrifícios enormes a serem galgados no meio de um mundo em crise. São conceitos para sermos simplesmente mais humanos.

Otimismo, senso de propósito, capacidade de perdoar, senso de justiça e gratidão são algumas competências necessárias para a felicidade vir para ficar em nossa vida. A arte de suportar o como, porque temos um porquê (como escreveram Viktor Frankl e Nietzche).

Você que pensou em salários altos, sexo luxurioso e bens materiais errou redondamente sobre as metas a buscar para ser feliz. A felicidade depende de ter apenas o suficiente, de doar o excesso, de respeitar a natureza e, veja só, de
ter como princípios alguns daqueles tópicos do Sermão da Montanha: felizes os humildes, felizes os que sonham com a justiça para todos, aqueles que não se queixam do que não têm mas amam de verdade o que têm.

Felicidade importa, sim, mas não só a sua!

(Rosemari Gonçalves, psicóloga e psicopedagoga, fevereiro de 2022)


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