A Terapia Centrada no Cliente: para quem ela funciona?

 





Essa abordagem de terapia exige foco e olha de frente para os problemas, numa parceria entre terapeuta e cliente em que os pontos fortes de um e do outro atuam na cura e solução mais rápida dos conflitos. TCC é válida para todos os tipos de pessoas? Em qual cliente a Terapia Centrada no Cliente pode dar resultados?

Não é certamente para todos os temperamentos e nem eficiente para graves patologias psicológicas. Ela depende da capacidade do cliente tomar decisões conscientes de mudança a partir da compreensão e do processo terapêutico, portanto, requer engajamento total e prontidão para seguir as pistas do tratamento.

O terapeuta que atua com essa visão não recorre aos traumas passados tanto quanto alguns clientes gostariam. A visão é mais voltada para o bem viver do agora e da adaptabilidade ao presente como momento atualizador e propulsor do futuro. Precisa da inteligência emocional do paciente ser despertada.

Sim, quase tudo aquilo que não te mata te transforma. Aquilo que te acontece é fruto da Vida pulsante, que não mutila nem aprisiona, mas deve ser catalizado para mudanças. Situação social, econômica e laboral condicionam nossos comportamentos, mas estes também podem ser clareados na terapia  por uma atualização constante.

Vamos ver se você é um bom candidato a pegar o sofrimento pela cauda e não dar folga para as trocas e culpas. 

Eis algumas condições citadas por Carl Rogers (1992) em "Terapia Centrada no Cliente" como importantes para a pessoa ser o motor de sua própria cura:

1 - A pessoa tem de estar numa pressão tal que seus desejos pessoais não se ajustem mais à sua vida social e ambiente, criando uma urgência em compreender esses desejos em sua raiz. Por isso a TCC não leva dez anos de sessões terapêuticas, ela é focada em soluções a curto e médio prazo.

2 - A pessoa tem de ter um certo grau de controle das ferramentas da mudança (esta deve depender primeiramente do indivíduo em tratamento) ainda que  os outros seres envolvidos na circunstância devam ser orientados a cooperar com o processo que ela escolher. Se mudar não depende de você, a TCC não vai ajudar muito a não ser que o grupo de pessoas envolvidas entre junto em terapia.

3 - A pessoa tem de estar disposta a falar sinceramente com o terapeuta e sustentar os desdobramentos da escuta psicológica.

4 - Ela tem de ter condições mentais que possibilitem uma expressão coerente e clara dos problemas e o raciocínio lógico e filosófico sobre suas questões. 

5 - O núcleo próximo em que a pessoa vive deve permitir que ela faça mudanças na medida em que ela vier a ter percepção sobre elas.

6 - A pessoa deve ter idade cronológica suficiente para decidir pela mudança (crianças pequenas ou idosos em situação de debilidade avançada não se beneficiam dessa terapia).

Qualquer abordagem psicológica serve para uns temperamentos e fracassa em outros. Por isso, ao começar um processo terapêutico em que as responsabilidades cognitivas e afetivas de sua vida são jogadas sobre o "eu" e não sobre "os outros"  o cliente já começará assumindo controle de suas escolhas passadas e lidando com elas.

Transferir culpas para conjunturas sociais, culturais e ambientais - sem se responsabilizar pelo que é sua parte na cura - atrasa a sua mudança individual. Compreender os traumas, gerações, genealogias e condições exteriores é muito bom, mas a TCC sempre voltará os olhos para as perguntas: o que faço com essa vida que tenho agora? Quais as ferramentas que posso utilizar? Enfim, como ajudar minha Vida a se tornar plena e boa para mim e o maior número de pessoas?

Essa é uma jornada psicológica com engajamento total no presente e no centro do próprio indivíduo. E aí? A TCC é para você?


Psicóloga e Psicopedagoga Rosemari Gonçalves (CRP 16/6679) Whatsapp: 27-996580809


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante

As primeiras batalhas do sexto passo do herói interior

A felicidade importa, sim